segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Stieglitz, Fotógrafos e o Sexo dos Anjos

A fonte de onde tirei o pequeno texto abaixo é o livro "Stieglitz and the Photo-Secession, 1902", editado por Viking Studio e publicado por Penuing Books. O ISBN é 0-670-03038-4.

"Em 1899, Stieglitz escreveu, 'Hoje em dia no mundo fotográfico há três classes de fotógrafos - o ignorante, o puramente técnico e o artístico.'"

Stieglitz foi um dos maiores incentivadores da história da fotografia. Não só lutou a vida toda para ve-la entrar nos salões, galerias e museus, como foi mentor de inúmeros grandes fotógrafos americanos. Em sua própria galeria Duchamp exibiu pela primeira vez seu primeiro ready-made - o Urinol. Ele foi ainda o líder do grupo pictorialista americano Photo-Secession e editor de uma das mais importantes revistas de fotografia que já existiu, Camera Work. O que não significa que não tivesse seus preconceitos, como demonstra a frase acima.

Mesmo assim, a frase poderia ter sido dita essa semana mesmo, com algumas pequenas adaptações, em qualquer mesa de bar onde houvesse um ou mais de um fotógrafo. Hoje em dia esse um fotógrafo talvez dissesse alguma coisa assim, "Hoje em dia no mundo fotográfico há três classes de fotógrafos - o flickeiro, o profissional e o artístico." Talvez as três categorias não fossem essas. Talvez fossem - o puramente técnico, o paparazzi, o de casamento. Ou ainda - o que-nunca-consegue-as-fotos-que-quer, o que-sempre-consegue-as-fotos-que-quer e o que-não-está-nem-aí-mas-deveria-porque-eu-acho-que-deveria. Isso sem falar nas categorias dos digitais e dos analógicos e dos bi (analógico-digitais) e por aí vai.

É claro que quaisquer que fossem as três categorias escolhidas, uma grande discussão sem fim começaria logo depois que elas fossem enunciadas. E dependendo da mesa, da bebida em cima dela e do quanto a bebida tivesse sido bebida pelas pessoas em volta da mesa, a discussão poderia acabar em mais bebida, em tapas ou na delegacia. O que demosntra de ante-mão o quanto uma discussão dessas é desnecessária, para dizer o mínimo.

Agora, puxando a sardinha para os budistas (que por sorte podem ser divididos em mais de três tipos) fico com a declaração de Sua Santidade O Dalai Lama, que apesar de ser da concorrência (eu sendo zen-budista de uma escola japonesa) é maravilhoso. Diz ele: "No mundo há mais ou menos 6 bilhões de habitantes. Logo há seis bilhões de religiões diferentes."

Basta adaptar o pensamento de Sua Santidade para os tipos de fotógrafos e pronto!

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